Dacia Duster totalmente renovado… mas sem perder o espírito
Foi, indubitavelmente, um dos grandes fenómenos da indústria automóvel desta década e, ao fim de quase oito anos de magnífico serviço da primeira geração, o Dacia Duster foi profundamente renovado, por fora e por dentro. O Duster 2 será revelado publicamente no salão de Frankfurt, embora a sua comercialização só esteja prevista para os primeiros meses de 2018.
Apesar de se tratar de um novo automóvel, os responsáveis pelo seu "design" não quiseram cortar as ligações com a primeira geração que tão bem-sucedida foi. Apenas o tentaram tornar mais moderno, ao mesmo tempo que lhe davam um ar mais "musculado" e robusto. Os faróis (com luzes diurnas em LED) estão agora mesmo nas extremidades da frente e ligados pela grelha, num efeito que faz o novo Duster parecer muito mais largo. As saliências mais visíveis no "capot" e a protecção dianteira cromada de maiores dimensões contribuem para a sensação de maior robustez e capacidade TT.
Foi elevada a linha de cintura (de novo a noção de robustez) e o simples avanço do pára-brisas em 100 mm dá a sensação de um habitáculo mais desafogado. Se é ou não, só na apresentação do carro o saberemos, pois a Dacia não divulgou quaisquer dados de dimensões do novo Duster. Rodas maiores (jantes em liga leve de 17’’) e as barras do tejadilho completam o ar aventureiro da vista lateral, também acentuado na traseira com a protecção cromada e as ópticas quadradas muito mais salientes e nas extremidades da carroçaria.
Mas nem tudo são "rosas" neste novo Dacia Duster e o seu ar aventureiro poderá colocar um problema complexo ao seu lançamento no nosso país… Se reparar nas fotos verá o "capot" dianteiro bem na horizontal e com aquelas saliências que até lhe dão um ar dinâmico mas que pode ser… a "morte do artista", caso a marca não consiga contornar o grave problema que isso lhe coloca: a maior altura do "capot" torna o novo Duster num… Classe 2, no bizarro sistema de portagens em vigor nas nossas auto-estradas!
Ou seja, um pequeno SUV "low cost" pagaria, nas portagens, muitas vezes mais do dobro que muitos SUV gigantes de sete lugares mas que, com Via Verde, são considerados Classe 1! Faltam ainda muitos meses até o Duster chegar ao mercado nacional e, por certo, alguma solução será encontrada, pois esta é mais uma situação que não faz qualquer sentido e que mostra o absurdo de as portagens continuarem a classificar os automóveis de acordo com a altura medida no eixo dianteiro, sistema que faria sentido… há 30 anos.